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3º Lição = O que não é Empreendedorismo Social

O que não é Empreendedorismo Social

Agora que entendemos nosso personagem principal vamos desmistificar alguns pré-conceitos que possamos ter sobre o tema Empreendedorismo Social. Isto por causa de associações errôneas, porém comuns, devido ao tema ser tão recente.
O Empreendedorismo Social não é responsabilidade social empresarial. Responsabilidade social empresarial é a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com seu público e pelo estabelecimento de metas que impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.
Embora muitas empresas estejam mobilizadas para essa questão, pesquisadoras do Uniethos afirmam que “essas iniciativas, apesar de apresentarem resultados positivos, representam, na maioria das vezes, ações pontuais e desconectadas da missão, visão, planejamento estratégico e posicionamento da empresa e, consequentemente, não expressam um compromisso efetivo para o desenvolvimento sustentável. Em muitos casos, as empresas brasileiras acabaram por associar responsabilidade social à ação social, seja pela via do investimento social privado, seja pela via do estímulo ao voluntariado. Esse viés de contribuição, embora relevante, quando tratado de maneira isolada, coloca o foco da ação fora da empresa e não tem alcance para influenciar a comunidade empresarial à um outro tipo de contribuição, extremamente importante para a sociedade: a gestão dos impactos ambientais, econômicos e sociais provocados por decisões estratégicas, práticas de negócio e processos operacionais.” Ou seja estas ações nunca serão foco da empresa, dificilmente serão caracterizadas estratégicas nas áreas social, ambiental ou econômica das comunidades e dificilmente tomarão uma escala substancial para se caracterizar como mudança ou inovação social.
Também não é um empresário que investe no campo social, o que estaria mais próximo da responsabilidade social empresarial, ou quando muito, da filantropia.
O Empreendedor Social não compreende projetos assistencialistas. Definimos projetos assistencialistas como projetos que suprem apenas temporaria e superficialmente as necessidades sociais e dura apenas o período de vida do próprio projeto ao invés de promover mudanças sociais verdadeiras, essenciais e que sejam sustentáveis, ou seja, perdurem e se repliquem dentro da sociedade. Podemos entender melhor através de um simples exemplo: - Em um projeto assistencialista são doados materiais escolares para uma comunidade. Já um empreendedor social ao invés de fornecer o material escolar desenvolve um produto ou serviço que: ou torne materiais escolares mais acessíveis ou possibilite o aumento da renda daquela comunidade, sendo que em ambos os casos a comunidade pode agora comprar os materiais escolares independentemente de doações.
Como enfatiza Demo, “ [...] a solidariedade que produz ajuda assistencialista representa fantástico processo de imbecilização.” (DEMO, 2002, p.40). Pode parecer um conceito bastante drástico, mas além de não promover mudanças sociais essenciais, o assistencialismo deixa a população acomodada, viciada e de certa forma até dependente, pois se estamos acostumados a receber o peixe de graça, porque haveríamos de aprender a pescar?
Professor Yunus nos ensinou que: O 1 real, quando doado por caridade, não volta, ele tem uma vida única e influencia a vida de apenas uma pessoa. Agora se você transformar esta atividade em um design de negócio o 1 real investido volta e tem uma vida infinita mudando a vida de milhares de pessoas.
O Empreendedorismo Social não é ainda no Brasil uma profissão legalmente constituída, não há formação universitária ou técnica, nem conselho regulador e código de ética profissional legalizado. Existem hoje nas universidades brasileiras diversos cursos de Empreendedorismo, e muito embora alguns destes cursos tenham disciplinas que abordam a temática de Empreendedorismo Social não há nenhum curso específico na área.
No mundo há formações nesta área em países como Inglaterra e a universidade de Oxford que apresenta um ambiente onde os Empreendedores Sociais podem desenvolver as habilidade e competências necessárias para seu sucesso, mas também trocar experiências dada a grande característica de colaboratividade deste setor. Já no Brasil encontramos organizações como a Achoka e a Artemisia, que exploraremos mais afundo em outro momento deste curso, e que oferecem formações na temática de Empreendedorismo Social e tentam através de eventos, movimentos, palestras e engajamento de jovens universitários trazer a temática para dentro das universidades brasileiras para que no futuro o Empreendedorismo Social se torne uma área de graduação específica.

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