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16º Lição = Internet como Catalisador do Empreendedorismo Social

Internet como Catalisador do Empreendedorismo Social

A internet e as redes sociais têm sido recursos importantes para o sucesso e a colaboratividade de diversos Empreendedores Sociais.
Primeiramente pois a internet possibilita que o Negócio atinja um maior número de pessoas em menos tempo e com menos investimento para expandir. O publico alvo que a internet possibilita focar é muito maior do que se restringirmos a atuação a uma cidade ou região. Mas para isto o negócio tem de surgir ou ser reformulado para atuar de forma online, o que não é o mesmo que criar um web site para uma Empresa ou Organização. Por exemplo: Um serviço financeiro de micro-financiamento que atua de forma física e tem um web site, como é o caso do Banco Pérola que vimos anteriormente, se diferencia extremamente de um serviço financeiro de micro-empréstimos que atua de forma online como é o caso do Kiva (ver: www.kiva.org). O Banco Pérola mesmo que tenha divulgação de seu trabalho em escala nacional, no modelo de negócios atual que adota, caso queira aumentar seu público alvo terá de expandir sua estrutura física para outras cidades ou regiões. Já o Kiva propõe participação do público em qualquer lugar do mundo através de um sistema de micro-emprestimos que tem suas operações realizadas através de um site, ou seja, as possibilidades de crescimento através do uso da internet como base da empresa são exploradas ao máximo. O que não invalida o modelo do Banco Pérola, são apenas abordagens e públicos alvos diferenciado. A relação de Aumento de Impacto Social X Tempo X Investimento Financeiro tem maior potencial de crescimento quando se utiliza a internet como base operacional. O que também não significa também que esta é a plataforma ideal para todos os problemas sociais ou todos os modelos de negócio.
A internet também age como um catalisador quando consideramos os conceitos de open source, em português código aberto, e crowdsourcing, em português co-criação.
Open source ou código aberto é quando uma empresa deixa os códigos de programação utilizado na criação de seu site, aplicativo ou plataforma abertos para que outros empreendedores o copiem e o repliquem. Um dos cases brasileiros mais visível nesta área é o dos negócios online de financiamento coletivo. O modelo de negócio é simples: pessoas de todo o Brasil inscrevem ideias de projetos no site e os usuários do site podem contribuir financeiramente para viabilizar este projeto, contribuições são a partir de R$ 10,00 e sempre oferecem algum brinde ou prêmio para quem contribuiu. Para que o projeto seja viabilizado é preciso que ele engaje diversas pessoas e atinja o valor total proposto, então a Empresa dona da plataforma ganha uma porcentagem do valor arrecadado que geralmente fica entre 5 e 15%. Mesmo que simples, o modelo de negócio exige um site complexo onde são feitas todas estas operações incluindo a operação financeira. Uma das primeiras plataformas de financiamento coletivo do Brasil foi o Catarse (ver: www.catarse.me), que já veio a mercado com código aberto para que todos que quisessem começar um negócio parecido pudessem usar seus códigos ao invés de investir dinheiro no desenvolvimento de um novo web site. Mas isso nos leva a pergunta, porque eles dariam a outros empreendedores o código de seu negócio, porque incentivariam e dariam recursos para formação de concorrência? Através do incentivo ao desenvolvimento de outros sites de financiamento coletivo o serviço que antes era desconhecido pela população é mais facilmente difundido no Brasil e alcançará pessoas que não se consegue atingir a um curto prazo trabalhando sozinho para o desenvolvimento do mercado. Pessoas que antes não tinham ideia de que algo assim existia agora sabem e são potenciais clientes, ou seja, o mercado se torna maior tanto para a empresa quanto para os concorrentes. Este é o caso de apenas um modelo de negócio mas mesmo em outros casos a colaboração só tem a acrescer aos negócios atuais, já está claro para muitos empreendedores que há mercado e nichos de mercado para todos que estiverem apresentado produtos e serviços que supram as reais necessidades da sociedade.
Crowdsourcing ou co-criação é a prática de obter os serviços, ideias ou conteúdo solicitando contribuições de um grande grupo de pessoas e, especialmente, a partir de uma comunidade on-line. Muitas vezes usado para subdividir um trabalho, ou conceber um produto ou serviço ou ainda pode ser aplicado em uma busca geral por respostas ou soluções. Esse processo pode ocorrer tanto online como off-line, o conceito geral é a de combinar os esforços de multidões, onde cada um poderia contribuir com uma pequena porção, o que aumenta em resultado significativamente pois ao unir pessoas de diferentes idades, grupos, backgrounds, realidades e países, pode-se ter uma visão cada vez mais ampla e completa de como atender a demanda de todos.
Embora a palavra "crouwdsourcing" foi usada pela primeira vez em 2006, pode ser aplicada a uma ampla gama de atividades mais antigas. Existe hoje uma boa quantidade de plataformas de co-criação online. Um bom exemplo brasileiro é a ASAP – As sustainable as possible (ver: www.asap.me). A plataformas é focada no desenvolvimento de novos produtos dada a observação de problemas cotidianos e utilizando a co-criação como base de seu modelo de negócios. A ASAP possui ainda uma estrutura off-line para a fabricação destes produtos levando o público alvo a ver o produto co-criado produzido em larga escala. No formato de divisão de tarefas para realização de um trabalho maior temos o exemplo o Jogo Oasis que foi realizado em Santa Catarina em 2011 na reconstrução e assistência a famílias de áreas atingidas pelas enchentes (ver:http://www.youtube.com/watch?v=24JR3cFhZng). Muitas das grandes marcas também já investem em plataformas de co-criação como por exemplo a P&G, que tem uma plataforma global de feedback e co-criação de produtos (ver: https://www.pgconnectdevelop.com.br/).
Para Negócios Sociais este conceito gera uma grande oportunidade pois uma vez que o objetivo do Empreendedor Social é oferecer, em forma de modelo de negócio, uma solução para problemas sociais a oportunidade de co-criar estas soluções com outros empreendedores ou até consumidores pode dar fruto a modelos de negócios ainda mais inovadores e transformadores. Desta forma estamos aplicando os conceito de crowdsourcing na elaboração do Negócio Social mas ele também pode ser aplicado como sendo o próprio modelo de negócio como vimos nos exemplos da ASAP e do Jogo Oasis.
Além de todos os motivos citado anteriormente para a internet ser considerada um catalisador de Negócios Sociais encontra-se a mais básica e talvez mais essenciais contribuições da internet: a formação de uma comunidade global de Empreendedores Sociais. Como já mencionamos o Empreendedor Social existe a pouco tempo e em muitos casos nunca tinha encontrado outro Empreendedor Social até pouco tempo atrás. Isto pois eles ainda são raros e estão espalhados pelo mundo. A internet possibilita a integrações destas pessoas em comunidades globais onde há incentivo e suporte a esta classe de empreendedores e também muito importante: compartilhamento de experiências e modelos de negócio. Como exemplo temos a comunidade global The Young Entrepreneurs Concil, em português Conselho de Jovens Empreendedores, (ver: http://theyec.org/), na África a ASEN (ver: http://asenetwork.org) e no Brasil a Geração Muda Mundos da Ashoka (ver: http://gmm.org.br/), ou até iniciativa muito mais simples como uma comunidade no facebook feita pelo Empreendedores Sociais no Canadá (ver: http://www.facebook.com/ysecanada).
Devemos observar desde a concepção de novos modelos de negócios a internet como um recurso e explorá-la ao máximo, se possível a trazendo para o centro do modelo de negócios para ampliar a capacidade de expansão e alcance de escala.

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