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14º Lição = O Mercado Brasileiro da Base da Pirâmide

O Mercado Brasileiro da Base da Pirâmide

O Brasil apresentou em 2010 um crescimento econômico de 8%. Esse crescimento pode ser observado no aumento da renda e do consumo de um número expressivo de brasileiros. Entre 2005 e 2009, 26 milhões de brasileiros migraram para a classe C e outros quatro milhões conseguiram atingir as classes AB. Em 2010, esse movimento ocorreu de forma mais expressiva: quase 19 milhões de pessoas deixaram as classes DE e 12 milhões alcançaram as classes AB. Atualmente, as classes AB e C correspondem a 74% da população brasileira (Relatório Celetem – Ipsos 2010).
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Nesse contexto, as classes C, D e E agora são responsáveis por 76% do consumo no país, movimentando quase 840 bilhões de reais por ano (Data Popular – Congresso de Mercados Emergentes 2010). Contudo, esse crescimento deve ser visto de uma maneira mais crítica. Isso porque, mesmo com o crescimento econômico, o país ainda é um dos mais desiguais do mundo. Na atualidade, 45% de toda a riqueza e renda nacional são de apenas cinco mil famílias (Marcio Pochmann, “Brasil, o país dos desiguais”. Le Monde Diplomatique Brasil; ano 1, nº 3; out. 2007).
Observando também esse movimento no contexto global, é inquestionável o crescimento econômico da maioria dos países nos últimos anos. No entanto, é importante lembrarmos que o abismo entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento também cresceu significativamente. É o que aponta o último relatório do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), que constatou um aumento drástico na distância entre o país mais rico e o mais pobre. O Listentaine , país mais rico atualmente, é três vezes mais rico que o país mais rico no ano de 1970. Já o país mais pobre, Zimbabué, continua sendo o mais pobre desde 1970 e, hoje, é 25% mais pobre do que era em 1970.
O relatório também aponta que crescimento econômico é diferente de desenvolvimento humano e que ele é possível mesmo em países com taxa desacelerada de crescimento. Isso porque países que apresentaram um crescimento econômico exponencial nos últimos anos, como a Brasil, Índia e a China, não originaram automaticamente progresso em outras dimensões sociais. O estudo do PNUD evidencia que essa relação é ainda mais fraca nos países com níveis baixo ou médio do IDH.
A linha da pobreza estabelecida pelo Banco Mundial para uma pessoa ser considerada extremamente pobre é de 1,25 dólares por dia. No entanto na frente de combate à pobreza, o desenvolvimento humano não pode ser visto apenas como um aumento na renda do indivíduo. O papel da renda e da riqueza tem de ser integrado a um quadro mais amplo e completo de êxito e privação de necessidades. Seguindo então essa perspectiva a pobreza ou privação das necessidades básicas impossibilita o indivíduo de atingir o pleno desenvolvimento das suas capacidades individuais. “As pessoas são, ao mesmo tempo, os beneficiários e os impulsores do desenvolvimento humano, tanto individualmente como em grupos” (PNUD, 2010).
Encarando a pobreza como um problema único sua solução parece impossível, porém ao vela como um problema multifacetado, começamos a perceber que, apesar do incremento de renda que muitas famílias pobres alcançaram nos últimos anos, a grande maioria da população mundial e brasileira continua extremamente vulnerável em três grandes aspectos: saúde, serviços financeiros e educação. Considerando essas três dimensionalidades como propulsoras do desenvolvimento humano traçamos um caminho para as Empresas ofertarem soluções que tenham grande impacto na vida de milhões de pessoas.
Concluímos do texto acima que o mercado brasileiro da base da pirâmide é amplo, vem crescendo a cada ano e possui poder financeiro para investir em produtos e serviços. Também concluímos que seus grandes pontos de vulnerabilidade e superação da pobreza que são saúde, serviços financeiros e educação, serão nortes para o desenvolvimento destes novos produtos e serviços que querem explorar este grande mercado.

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